Em suma, a inflação é o aumento dos preços generalizado das mercadorias e serviços. É a redução do poder de compra do dinheiro, principalmente para as famílias mais pobres.
Imagina o seguinte cenário. Hoje você compra um pacote de arroz por R$ 5,00 e no mês seguinte e esse mesmo pacote de arroz vai estar valendo R$ 40,00 e você fica pasmo, não consegue entender como isso pode ter acontecido tão rápido; como o valor do arroz subiu tanto? Isso, meu caro, é a famosa inflação.
Já houve um tempo em que a inflação estava tão descontrolada que ficava difícil fazer planejamento das compras do mês, a inflação era tão imprevisível que às vezes ela aumentava da noite para o dia, sem um menor aviso prévio e o poder de compra dos Brasileiros desaparecia como pó levado ao vento e com o salário mínimo que os brasileiros ganham, fica difícil de compra os itens mais básico de sobrevivência.
O que provoca a inflação?
Sabendo que a inflação é o aumento generalizado dos preços das mercadorias e serviços e as consequências são drásticas para a economia e a para a sociedade. Incertezas que desestimulam os investidores e prejudica o crescimento econômico, diminuição no poder de compra e geração de pobreza em massa. Então como podemos entender o surgimento dela?
O surgimento da inflação está ligado a diversos fatores.
O efeito da escassez
Como quando tem muita demanda de certos produtos ou serviços e pouca oferta no mercado. Isso provoca uma valorização nas mercadorias ou serviços. Por exemplo: Digamos que no Brasil só exista um uma certa região que produz maçãs, devido ao clima e terreno. E repentinamente a procura por maçãs aumenta, nesse caso passamos a ter uma disparidade no mercado; muita demanda e oferta de maçãs no mercado. Assim, o valor das maçãs sofrem uma inflação, o preço infla, ou seja, sobe. Pois a quantidade de maçãs é insuficiente para atender a demanda.
O efeito da natureza
A inflação também pode ser afetada por efeitos da natureza, como uma seca, desastres e etc, por exemplo, que torna impossível a produção de alguns bens ou serviços, o que se repete retoma ao efeito da escassez de oferta no mercado.
O efeito das instituições
Hoje em dia o que mais provoca a inflação é a interferência do governo na economia. A emissão de muita moeda acaba criando uma desordem na economia e aumentando o consumo. Muito dinheiro na economia, menos valor ele tem.
A medida de valor é feita com base na raridade, quanto mais raro, mas caro e mais valor isso tem, quanto mais comum e em abundância, menos valor isso tem. Vide o óleo e a água.
Medidas de controle
Taxa Selic
Nada mais é do que a taxa de juros aplicada a empréstimo como uma medida de valorização do dinheiro, pois quanto mais alto a taxa de juros, menos poder de acesso temos ao dinheiro e mais dificuldade os bancos colocam na tomada de empréstimo e de certa forma acaba deixando o dinheiro “escasso”.
Programa de incentivos para aumentar a produção nacional
O governo cria programas para incentivar o aumento da produção nacional e assim o valor das mercadorias e serviços acabam se tornando mais baratos, pelo fato de haver muita oferta no mercado.
O plano real
Há mais ou menos 25 anos atrás a economia do Brasil passou por um grande abalo com uma hiperinflação desenfreada. Os brasileiros mal recebiam os seus salários e já corriam para fazer as compras, pois se esperasse um pouco mais, já não conseguiriam fazer suas compras, pois o dinheiro desvaloriza muito rápido. Para se ter uma ideia, a hiperinflação passava de 100% ao ano, era praticamente impossível guardar dinheiro. No início da década de 90 a inflação foi de 82,39% ao mês. O que você comprava por um Cruzeiro, que era a moeda da época, no dia seguinte o mesmo produto já estava custando quase 1 terço a mais.
Estocar alimento era um hábito bastante comum na época
Um dos motivos que ocasionou o fracasso das moedas anteriores era a tentativa de congelamento dos preços dos produtos, mas como os produtores não podiam repassar os custos de produção para o cliente final e para não ficarem no prejuízo, eles tinham que diminuir a produção, tornando o produto escasso e consequentemente aumentando o preço dos produtos. O governo tentou com medidas arbitrárias limitar os saques em contas correntes em até 50 mil, para desestimular o aumento do consumo dos brasileiros.
A primeira fase do Plano Real buscou o equilíbrio das contas do governo e começou ainda em 1993, com o lançamento do Programa de Ação Imediata (PAI), em junho. O programa previa redução de gastos públicos, com a revisão do orçamento de todos os ministérios e dos repasses constitucionais para estados e municípios; ajustes nas estruturas dos bancos estaduais e federais, com a punição de eventuais irregularidades através da Lei do Colarinho Branco; e aumento da receita com o combate à evasão fiscal e com a privatização de empresas públicas dos setores siderúrgicos e petroquímico. Alguns meses depois, em fevereiro de 1994, foi aprovada a criação do Fundo Social de Emergência (FSE), rebatizado posteriormente de Fundo de Estabilização Fiscal (FEF), que previa a desvinculação de algumas receitas do governo federal. O propósito era atenuar a rigidez dos gastos da União em um cenário de corte de gastos.
A segunda fase foi marcada pela utilização de uma moeda escritural (ou virtual), a Unidade Real de Valor (URV), utilizada a partir de 1º de março de 1994, junto com o cruzeiro real. Nessa data, uma URV valia CR $647,50. A URV era uma unidade de conta, e não uma moeda efetivamente, uma vez que não poderia ser usada como meio de pagamento. Nos meses de março e junho de 1994, o Banco Central, através de comunicados, fixava diariamente a paridade entre o cruzeiro real e a URV, considerando a variação de três índices de preços – o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) e o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-FIPE). O BC também passou a usar o valor da URV em cruzeiros reais para negociações com moedas estrangeiras.
A URV deveria ser usada nos novos contratos firmados no país, enquanto os já existentes poderiam optar ou não pela conversão. Essa flexibilidade é apontada como um dos acertos do Plano Real, pois visava uma interferência mínima nos contratos privados. A inovação também desestimulava a utilização das tablitas, as tabelas de conversão de preços utilizadas nos planos anteriores que congelaram preços. Na prática, a compra de bens e serviços era feita com cruzeiros reais, mas os preços passaram a ter como referência a URV, que era uma unidade de valor estável. A equipe econômica detalhou em diversas entrevistas como seria o processo de implementação da URV, assim como a sua utilização – e essa transparência aumentou os níveis de confiança no país.
Consultor no Departamento de Regulação do Sistema Financeiro (Denor), Cleofas Salviano afirma que a utilização da URV foi fundamental para reduzir as expectativas de inflação: “O ovo de colombo do Plano Real foi a criação da URV, que era uma unidade de conta reajustada diariamente. Assim, todos os preços, quando expressos não em cruzeiros reais, mas em URVs, poderiam ficar constantes e manter o seu valor. Em outras palavras, os preços em cruzeiros reais eram reajustados como sempre, mas a inflação calculada em termos da ‘moeda’ URV caiu para próximo de zero. Com isso, a URV permitiu o alinhamento dos preços sem a necessidade e as inconveniências do congelamento.“
A terceira fase começou em 1º de julho, quando a URV foi transformada no real, uma moeda strictu sensu. Quando começou a circular, um real valia uma URV, ou CR$2.750. Junto com a nova moeda, foram adotadas uma série de medidas para garantir a estabilização de preços, detalhadas na norma que dispõe sobre o Plano. Foi estabelecido um teto para a taxa de câmbio, que passou a ser referência para o conjunto dos preços relativos. Também foram fixados limites máximos para o estoque de base monetária até março de 1995 e foi determinado um depósito compulsório de 100% sobre os depósitos à vista para bloquear a oferta de crédito, deixando que o BC controle a expansão de empréstimos bancários para o setor privado. A inflação medida pelo IPCA em junho de 1994 foi de 47,43%. No mês seguinte, o índice já havia caído para 6,84%.
Fonte: BB
Hoje o país que mais sofre com a inflação é a Venezuela que fechou o ano de 2018 com a inflação com quase 1.698.488,2%. Um pacote de arroz custa em torno de 2.500.000 bolívares.
Querendo ou não, a inflação faz parte do dia a dia de nossas vidas. Influência em nossas atividades profissionais e planos futuros. O dinheiro parado é como um carro sem motor. Inútil e sem valor. A melhor forma de manter ele se valorizando é investir e fazer o dinheiro girar.
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